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Tramontina comprou madeira de serraria flagrada com trabalho escravo.


A rede que fornece madeira para os utensílios domésticos da Tramontina incluiu, em anos recentes, uma serraria flagrada com trabalho escravo contemporâneo. A fabricante abastece no Brasil as lojas do Walmart, do Carrefour e do Grupo Pão de Açúcar, entre elas o Ponto Frio, as Casas Bahia e o Extra.com.

Procurada pela reportagem, a empresa afirmou que interrompeu as compras ao tomar conhecimento dos problemas da serraria que cometia o crime (leia a resposta completa da Tramontina)

A mesma realidade foi detectada em exportadores que compraram de serrarias amazônicas responsabilizadas por submeter trabalhadores a condições análogas às de escravo.

Elas vendem madeira para empresas como a USFloors, que abastece a rede norte-americana de materiais para a construção Lowe's. Outro comprador é a Timber Holdings, que já forneceu madeira para obras no Central Park e naBrooklyn Bridge, ambos em Nova York.

Embora a reportagem não possa traçar o destino exato de cada pedaço de madeira, pois os produtos se misturam nos vendedores intermediários, a investigação revela que a rede de fornecedores de grandes grupos varejistas e da varejistas e da construção civil está contaminada pela prática criminosa. Ou seja, essas marcas estão financiando redes que exploram o trabalho escravo.

Os casos começam em duas serrarias que operam no oeste do Pará, um dos principais polos de expansão da indústria madeireira na Amazônia brasileira. Uma delas é a Madeireira Iller.

Entre 2012 e junho de 2015, a Madeireira Iller foi um dos fornecedores da planta industrial da Tramontina em Belém, no Pará, local onde a empresa fabrica móveis e utensílios de madeira vendidos em todo o Brasil.

Outro caso envolve a Bonardi da Amazônia, madeireira que empregava nove pessoas resgatadas da exploração do trabalho escravo em outubro de 2012. A empresa foi fornecedora da Tradelink Madeiras, indústria de Ananindeua, também no Pará, entre agosto do mesmo ano e julho de 2015.

A Tradelink Madeiras pertence ao Tradelink Group, sediado em Londres. Em resposta à reportagem, o grupo afirma que faz inspeções de campo em seus fornecedores e que não encontrou irregularidades trabalhistas na Bonardi da Amazônia em junho de 2012. Ou seja, quatro meses antes do flagrante de trabalho escravo feito pelo Ministério do Trabalho, a serraria foi visitada por funcionários da Tradelink.

Após o flagrante, a multinacional afirma que decidiu manter negócios com o fornecedor pois a madeireira se comprometeu a regularizar a situação de seus funcionários (leia a resposta da Tradelink).

Os produtos da Tradelink Madeiras têm alcance internacional. A rede Lowe's, segunda maior cadeia varejista de materiais de construção nos Estados Unidos, já comercializou matéria-prima oriunda da empresa.

Matéria na íntegra -



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