Na 6a. Edição do INFO ACIMDERJ, conversamos com o Diretor Procurador da ACIMDERJ o Sr. Francisco Carlos dos Santos Morais, proprietário da VM Materiais para Construção Ind. e Com. Ltda. fundada em 1987 em Teresópolis/RJ. Conta que seu pai, Camilo Vicente Morais, seu irmão Amadeu, ele e dois funcionários ingressaram no ramo madeireiro em 1976 através da empresa familiar RC Madeiras. Destaca que um dos funcionários, Valdecir Malheiros, já trabalhava com seu pai desde criança, tido por ele como um filho, e que, com o passar dos anos, Francisco e seu irmão foram realizar o sonho de cursar o ensino superior fora da cidade e o negócio ficou sob a gestão do pai e Malheiros. Alguns anos depois, o irmão Amadeu, já formado, retorna à Teresópolis e volta a trabalhar com o pai que, posteriormente, optou por ceder um espaço que possuía na entrada da cidade, financiando-o pelo valor aproximado de 10 (dez) caminhões de madeira, distribuindo parte das cotas entre Malheiros, Amadeu e ele. Desta forma, resolveu manter a RC Madeiras sob a gerência de Antônio Mario, enquanto Amadeu e Malheiros inauguravam a nova empresa VM Madeiras, que ele passou a integrar em 1990, quando concluiu o curso de Direito. Com o fechamento da RC, Francisco cedeu parte das cotas para o Sr. Antônio Mario que passou a ser sócio da VM e foi se dedicar ao direito, atuando como professor universitário e advogado. Em decorrência de uma dissolução societária, em 2007, Malheiros partiu para uma “carreira solo” fundando sua própria empresa e Francisco passou a atuar em tempo integral para a VM Madeiras, onde ele e o irmão caminham unidos até hoje, pautados nos princípios ensinados pelo pai.
O Diretor acredita que ser empresário é uma vocação e nem todos foram forjados para isso. Atribui o sucesso de sua empresa ao trabalho em conjunto de colaboradores, sócios, fornecedores, valorizando a dedicação e o conhecimento dos mais experientes que somaram forças com os gestores desde a fundação da empresa e outros, apesar de já estarem aposentados, mantêm o vínculo profissional.
Analisando o atual momento político do país, o diretor acredita que esta eleição propiciou uma ruptura com o modelo que governou o país nos últimos anos e que a maioria dos empresários e trabalhadores anseia por uma transformação na estrutura do Estado, dando espaço para os empreendedores de pequeno e médio portes. Não vê crescimento a curto prazo, mas acredita que, se as reformas forem implementadas, serão criadas as bases para um futuro melhor a longo prazo. Ele não vislumbra um crescimento significativo para o setor madeireiro em 2019, mas deve haver melhorias, porém não de grande monta, pois o mercado está se modificando a partir desta era de transformação da sociedade, da economia e de negócios.
Ao avaliar a importância da ACIMDERJ para o segmento de madeiras, destaca que participa da associação desde sua fundação em função da necessidade de representatividade do setor junto ao Estado, sendo uma das maiores, se não a maior conquista do setor madeireiro do Estado do RJ, dando voz à categoria e colocando os madeireiros em um patamar adequado à relevância que têm. As conquistas realizadas nos últimos anos foram marcantes, ressaltando o reconhecimento, por parte dos órgãos governamentais do Estado que passaram a conhecer os empresários do ramo, seus anseios e necessidades. Acredita que é necessário dar mais publicidade a este trabalho tão significativo para alcançar mais empresários do ramo, informando-os que eles têm à disposição um instrumento para ouvi-los e orientá-los no que for preciso.A ACIMDERJ deve ser uma escola do associativismo e cooperativismo e reverberar que o próximo grande salto evolutivo da humanidade será a descoberta de que cooperar é melhor que competir.
Como membro da diretoria, observa que, com o tempo, o grupo ficou mais unido e em decorrência desse amadurecimento associativo conseguiram evoluir nos objetivos da entidade e ratifica que a atual diretoria deverá procurar não apenas expandir seu quadro de novos associados, mas também criar um ambiente de discussão com os associados existentes sobre o futuro e perspectivas para o setor. Destaca a atuação do Presidente Wadson Werly e o considera “a alma de nossa associação”, pois a fundação começou de um sonho que ele teve ao fazer uma reunião com os madeireiros de Teresópolis em 2008. Na ocasião, Francisco esteve presente para conhecer o grupo e, com o apoio de Wadson, debateram a possibilidade de padronizar as bitolas no âmbito da cidade e chegaram a um denominador comum. Tal atitude encantou nosso Presidente ao observar que as empresas de Teresópolis tinham mais pontos de convergências que divergências e foi um incentivo para formalizar a criação de uma associação de madeireiros. Por fim, enfatiza que não há maiores interessados na preservação ambiental do Brasil que os madeireiros, pois a madeira é nosso insumo e riqueza.